terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Camuflagem


     Minha mente está embriagada, o vento agora bate contra as respostas. Tentei esperar, tentei não pirar, mas falhei. Sobre tudo agora penso, busco respostas. Queria um cigarro, queria você.
     Me enganei tentando não querer, disfarçar o indisfarçável.  A confissão que sobrepõe apenas mais alguém, decidir entre a liberdade e os ponteiros do relógio. Eu que sempre soube, logo eu que vivia me enganando estou agora enxergando o que antes meus olhos não podiam sentir.
     São quilômetros distanciando o lado calculista do lado sentimentalista dela. Da voz que pede pra silenciar então ela obedece, ela sempre escuta e guarda ali os sentimentos, guarda e joga a chave fora. Que é pra não  correr o risco de um dia numa dessas instabilidades emocionais ela querer usufruir deles. Mas em meio a tantos, o tempo aparece, quase impercebível e muda tudo. Ele gosta de mudar as coisas. Ela gosta das coisas do jeito com que elas se desenrolam.
     Daquelas velhas melodias que soam como uma perfeita descrição que quebra o silêncio, que diz tudo o que não pode ser dito. Lembra-se da vontade de voar, que pela rotina vive na gaiola. Então grite, vamos lá. A gente sempre pergunta o que sabemos, gostamos dessa necessidade de saber o que já sabíamos, insegurança por não confiar em nós mesmos.
     E quando percebi lá estava eu novamente, tentando me entender. Tentando não sentir falta. Se colocando sempre em segundo plano. Querendo ser figurante da minha vida.

(Pâmela Costa)

2 comentários:

  1. Uau!.. é muito lindo o que vc escreve...
    vc se inspira e inspira outras pessoas também =D
    Cada postagem amo mais seu blog

    http://lacosderendasc.blogspot.com/

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  2. Muito lindo... a última frase me tocou bastante. Parabéns, belas palavras :)

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